A nossa praça

Estou sentindo nas veias, meu sangue parar, um desalento que vem me consumindo, me deixando louca. Então, enquanto ainda somos alguém, preciso te dizer algumas coisas.

Você dizia que de todos os seus relacionamentos, eu fui o melhor, que eu te fazia amar, sem sofrer ao mesmo tempo, aliás, coisa que eu nunca entendi, e você nunca quis me explicar. Você mandou eu largar meus medos, que você ia me fazer feliz, que para você, minha felicidade era tudo.

Lembra no nosso primeiro encontro? Quando você pegou minhas mãos, e conversou comigo, riu e ao mesmo tempo brincou com meus dedos. Queria a todo custo desfazer aquela má impressão da primeira vez que nos vimos, queria ser pra mim, um pássaro a voar. Sentamos naquela praça, que você achou linda, e ficamos lá por longo tempo, às vezes falando, às vezes brincando, às vezes em silêncio. E o mais incrível, o silêncio incomoda os namorados, mas para nós, o silêncio era o encontro de nossas almas, tão intensas e afins.

E agora, que você decidiu conhecer novos mundos, e colocar novos personagens na sua vida, eu me sinto sozinha, mas ao mesmo tempo, te tenho comigo a todo instante. Vou te confessar uma coisa. Tem certas tardes, que vou a “nossa” praça, e te procuro por todos os lados, talvez eu esteja alucinada nesses momentos, mas como apagar da memória  todos os outros encontros que tivemos? 


Recorda quando brincamos pela praça? Correndo e fazendo charme, como quaisquer adolescentes apaixonados, que sempre têm suas brincadeiras. Teve momentos que ficamos abraçadinhos, tão abraçados, que pensei que fossemos juntar nossos corpos e transformar em um só.

Ei, sou escritora. Preciso de um amor, de uma pessoa que me dê a inspiração certa. Você sempre amou meus textos, admita. Quando sentávamos de baixo daquela árvore, e eu lia pra você, te sentia viajar, flutuar com as minhas novas ideias e personagens. Eu te reinventava. Mas agora, sem você, não sei o que fazer. Meus textos estão mornos, sem sentimento, o que se espera de uma escritora, que faz textos sem paixão?

Sabe onde estou? Estou indo embora da praça, foi lá que te escrevi isso. E parece que toda a vez que passo por ela,  a deixo, deixo você também, deixo parte de mim, parte de você, parte do que fomos. Mais antes de ir, quero te perguntar uma coisa. Era verdade que você ia me fazer feliz? A minha felicidade, para você, ainda é tudo? Me responde. Essa pergunta se tornou meu vício durante esse tempo que estivemos separados. Me responde. Porque não quero transformar nossos sentimentos, quero senti-los pra sempre. Quero te sentir pra sempre.

Sobre garotas


"Entre aspas": Eu sei que ser mulher não é nada fácil.


Eu estava pesquisando sobre mulheres na internet, sobre vantagens e desvantagens, quando me deparo com esse texto. Eu achei muito interessante, pois mostra aos homens, da perspectiva de outro homem, como é difícil ser mulher! Espero que vocês gostem e se divirtam lendo tanto quanto eu.

"Acordei no corpo de uma mulher. Meus seios haviam crescido consideravelmente e meu pau, estranhamente, pela primeira vez na vida, não balançou quando pulei da cama.
A princípio, quando no espelho vi meus olhos borrados de rímel e lápis, pensei em me matar. Pensei mesmo, confesso. Pois, sair de casa encarnado naquele corpo feminino me pareceu algo impossível de ser encarado. Mas, depois de muito chorar e borrar ainda mais a maquiagem que acordou impregnada em mim, aceitei a experiência inusitada, afinal, sabia que se um dia voltasse ao meu corpo de homem, entenderia bem melhor as mulheres.
Antes de qualquer outra coisa, precisava mijar e, o ato que nunca havia sido motivo de irritação, tornou-se estopim para certo martírio, quando sentei nas gotas velhas da minha própria urina, displicentemente deixadas na tampa do vaso no dia anterior. Mijei sentado e aquilo era apenas o começo de uma aventura bizarra.
Já com a bexiga vazia e ligeiramente mais confortável na pele de uma fêmea, resolvi que precisava levar minhas novas tetas para passear no parque para, com sorte, entender melhor a arte de ser uma mulher. Mas, antes de deixar meu apartamento, precisava me desvencilhar daquela cara de panda, então, sem saber como remover aquela tinta que parecia ter sido tatuada em mim, esfreguei meu rosto com álcool. Minha face rapidamente ficou vermelha, meus olhos arderam e pior: a porra da tinta ainda estava lá. Depois, movido pela ardência, contorci-me no chão frio do banheiro e resolvi tentar com sabonete. Esfreguei a pele umas dezoito vezes e, no fim, após quase amputar as pálpebras, a epiderme e a derme, consegui tirar quase todo aquele petróleo que parecia colar mais do que Mack Color.
Já com a cara limpa, decidi que precisava me vestir, então, corri para o armário da minha namorada em busca de algo. Vesti a maior calcinha que encontrei por lá e, quando senti um pedaço de pano se esconder entre minhas nádegas, quase retomei a ideia do suicídio, mas respirei fundo e prossegui. Depois, chegou a hora de cobrir as “peitolas” e, meu caro, quer saber? Eu que sempre me atrapalhava na hora de retirar sutiãs, quando tive que colocar um, preferi um quebra-cabeça de oitocentas peças. Pensei até em ligar pro Marcão, para pedir ajuda, mas não saberia como explicar minha mutação e ainda correria o risco de ele tentar me comer. Desisti do sutiã e pensei: “Seria mais fácil trocar, simultaneamente, a fralda de quadrigêmeos hiperativos”.
Para cobrir meu corpo depilado, e permitir que eu saísse à rua sem cometer atentado ao pudor, um jeans me pareceu algo simples de vestir e adequado para a situação, entretanto, desisti, quando percebi que precisaria da ajuda de sete lutadores de MMA para fazer com que minha coxa malhada entrasse naquela roupa infantil. Acabei dentro de um vestido e, para complicar ainda mais minha vida, tive que calçar um sapato de salto alto, pois minha namorada não tinha nenhuma opção térrea. Quase quebrei o tornozelo e senti certa vertigem ao ver o mundo lá de cima, mas continuei, pois sabia que aquela experiência faria de mim um escritor melhor.
Assim que entrei no elevador, meio bamba(o), com passos de bêbada(o), deparei-me com o Zé, meu, até então, querido zelador. Ele secou minhas tetas como faria um bebê bem atrasado para mamada e disse um sonoro “oi”. Não gostei de descer 12 andares com aquele bigode branco apontando para meus mamilos, mas desci.
Já na rua, percebi que todos os olhares masculinos se voltaram para mim e, claro, para meus mamilos que, para piorar meu constrangimento, endureceram quando entraram em contato com a brisa gostosa daquela manhã. Continuei a caminhada, segui em frente tentando não cair do salto e os olhos, do pedreiro ao executivo, continuaram pousando sobre mim. Senti vergonha e pensei: “Se um dia voltar ao meu corpo de homem, olharei para as mulheres com mais respeito”. Não recebi apenas olhares, mas também elogios bem escrotos. Acreditem, fui chamada(o) de “delícia”.
Quando tudo já estava mais do que estranho, senti um líquido quente escorrendo pelas minhas coxas. Olhei para baixo, vi o mar de sangue e, apesar de conhecer aquele fenômeno, senti uma súbita vontade de desmaiar. Sangrava muito. Parecia que eu tinha tomado um tiro na vagina. Fiquei em choque. Os homens, que ali passavam, não sabiam se olhavam para meus mamilos pontiagudos ou para o sangue que escorria pelas minhas coxas. Para minha sorte, logo fui abordada(o) por uma bela morena que, ao notar minha hemorragia, ofereceu-me ajuda, ou melhor, um O.B. e eu, enquanto torcia para que ela fosse lésbica, aceitei o tampão vaginal.
Corri para um café lotado e, sem me importar com a cara perplexa dos clientes que lá estavam e sem ligar para as gotas que derramei pelo caminho, tranquei-me no banheiro apertado. Tirei o pano que estava escondido entre as nádegas, olhei para o O.B., que mais parecia um míssil do capeta, respirei fundo e pensei: “Vou, literalmente, me foder”. Eu, que não gosto nem de tomar comprimidos, de repente, me vi dentro de um banheiro minúsculo, sangrando e decidida(o) a inserir uma rolha em mim. Senti vontade de chorar, juro. Pensei em me afogar naquela privada. Mas, como sempre, engoli uma porção de oxigênio e, com um movimento veloz, introduzi aquele corpo estranho em mim. Naquele segundo, pensei em fazer uma estátua em homenagem a todas as mulheres do mundo. Como é que elas suportam isso? E pior, além de enfiar aquilo na perereca, ainda precisaria sair andando com aquele monstro dentro de mim. Foi foda. Abri a porta do banheiro e, sem olhar para os lados, corri em direção à saída do café.
Precisava voltar para casa, não aguentava mais aquele bebê alien dentro de mim. Então, erroneamente, achando-me já capaz de correr sem descer do salto, ao tentar atravessar a rua, antes do farol fechar, tropecei e fui atropelada(o).
Acordei assustado, suando e com o coração acelerado. Logo procurei meu pau e, desta vez, o safado estava lá, duro, como em todas as manhãs normais. Levei as mãos aos seios e eles haviam diminuído. Corri para o banheiro e sorri feito bobo ao ver minha barba de mendigo. Para ter certeza que eu era eu mesmo, ainda fiz um “pirocóptero” e ele girou perfeitamente. Foi lindo. Respirei aliviado e pensei: “Ser mulher não é nada fácil!”."

De Ricardo Coiro.

Leitura: Sorte ou azar?

Olá gente! Toda quinta-feira eu vou fazer um post com resenhas sobre livros que eu já tenha lido e gostado, dando a sinopse e a minha opinião sobre. Hoje vou falar sobre "Sorte ou Azar?", um livro que eu já li tem algum tempo, e gostei MUITO!

Sinopse:

Jean, ou Jinx, a nossa ‘heroína’ em questão tem de conviver com sua tremenda falta de sorte. Quando ela nasceu, o hospital em que estava foi atingido por um raio, ficando completamente sem luz. Desde então, ela foi apelidada de Jinx, que quer dizer má sorte.
Depois de uma grande confusão em que se meteu em sua cidade, Jinx vai morar com os tios em Nova York. Lá, ela se vê às voltas com a prima Tory, sua prima, que antes era uma garota parecida com ela (não fisicamente, pois Jinx tem os cabelos vermelhos e Tory costumava ser loira, antes de se rebelar), mas agora, está completamente mudada. Tory acredita ter herdado os poderes de uma bruxa, Brawen, que foi queimada na fogueira há muitos anos atrás – e ela seria tataravó das meninas.
Jinx insiste para que a prima não mexa nessa história, afinal de contas, nunca é bom mexer com aquilo que não se conhece, certo? Mas Tory não lhe dá ouvidos, e Jinx é a única que pode impedí-la. Enquanto tenta deter a prima-doida-que-pensa-que-é-bruxa, Jean fica muito próxima de Zach(depois de salvá-lo de um atropelamento), o vizinho gostosão por quem Tory é apaixonada. Não dá outra! O seu azar é tão grande, que Jinx acaba se apaixonando por ele.
Quando Tory começa a desconfiar dos poderes de Jinx e dos seus sentimentos por Zach é que a coisa fica feia. Jinx, além de lutar para deter a prima, não fazer feio na frente de Zach, ainda tem que encarar as sombras do seu passado em Iowa.

Minha opinião:

Como eu
já disse, eu AMEI esse livro, de verdade. A história é super envolvente e te prende até o final, você não consegue parar de ler!! Eu, particularmente, gosto muito de coisas místicas, histórias envolvendo bruxas e bruxos, magia, enfim...tudo a ver comigo né? hahaha. E acho que vocês vão gostar também. É uma leitura fácil, bem juvenil e que vai fazer você rir, chorar, se apaixonar! Super recomendo.

Quem tiver gostado da indicação ou
já tenha lido o livro, deixa um comentário aqui falando o que achou! Beijooos